Contraste
Diminuir fonte Aumentar fonte

Setembro Amarelo: o suicídio como um problema de saúde pública

6 minutos de leitura

O mês de setembro amarelo é um convite para conversarmos sobre um tema tão difícil quanto necessário: a prevenção ao suicídio. Desde 2015, a campanha nacional promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância de valorizar a vida e buscar apoio psicológico. Porém, o que muitos não sabem é que o suicídio já é considerado um problema de saúde pública no Brasil.

De acordo com o Ministério da Saúde, o suicídio está entre as principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos e é a quarta maior causa de morte nesse grupo etário. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 96% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, como depressão, ansiedade, bipolaridade e abuso de substâncias.

Diante desse cenário, torna-se urgente compreender as causas desse fenômeno, desmistificar os tabus que ainda cercam o assunto e divulgar formas efetivas de prevenção, acolhimento e tratamento.

Por que o suicídio é um problema de saúde pública?

Falar de suicídio como um problema de saúde pública é reconhecer que ele não é uma questão individual, mas sim um reflexo de fatores sociais, econômicos, culturais e emocionais que afetam milhares de pessoas todos os anos.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde revelam que aproximadamente 14 mil pessoas tiram a própria vida por ano, o que equivale a cerca de 38 mortes por dia. Trata-se de uma taxa preocupante, especialmente quando sabemos que a maioria desses casos poderia ser evitada com intervenção precoce e apoio psicológico adequado

Além do sofrimento pessoal e familiar, o suicídio gera um impacto profundo no sistema de saúde, na produtividade econômica e no bem-estar coletivo. É por isso que os órgãos de saúde pública recomendam estratégias integradas de prevenção, que envolvem campanhas educativas, capacitação de profissionais, acesso ao atendimento e políticas públicas eficazes.

Fonte: Canva

Causas e fatores de risco

O suicídio é multifatorial, ou seja, não existe uma única causa. Diversos aspectos podem aumentar a vulnerabilidade de uma pessoa² :

  • Transtornos mentais: depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno de personalidade, entre outros.
  • Histórico de tentativas anteriores.
  • Uso abusivo de álcool e outras drogas.
  • Isolamento social e falta de apoio emocional.
  • Experiências de violência, abuso físico ou psicológico.
  • Desemprego, pobreza e exclusão social.
  • Bullying e preconceito, especialmente entre adolescentes, população LGBTQIAPN+ e povos indígenas.

Segundo a ABP, um dos principais desafios está na subnotificação e na falta de informação clara sobre os sintomas. Muitas pessoas não sabem que estão em risco ou têm medo de pedir ajuda por receio de julgamentos.² 

Fonte: Canva

Como identificar sinais de alerta?

Embora cada pessoa manifeste o sofrimento de maneira diferente, alguns sinais de alerta podem indicar risco aumentado de suicídio:

  • Falas como “não aguento mais”, “sou um peso”, “queria dormir e não acordar mais”.
  • Isolamento repentino e perda de interesse por atividades antes prazerosas.
  • Mudanças bruscas de comportamento e humor.
  • Alterações no sono e apetite.
  • Despedidas, doações de objetos ou publicações de despedida nas redes sociais.

A escuta empática e sem julgamentos pode ser o primeiro passo para a prevenção. Perguntar diretamente “você está pensando em se machucar?” não incentiva o suicídio — ao contrário, abre espaço para o diálogo e o acolhimento.

A importância de buscar ajuda

Um dos maiores objetivos da campanha setembro amarelo é quebrar o estigma sobre a saúde mental. Sendo assim, buscar apoio psicológico não é fraqueza — é um gesto de coragem e autocuidado.

A terapia com psicólogos é fundamental para o diagnóstico e tratamento de transtornos mentais. Em muitos casos, a atuação em conjunto com um psiquiatra é necessária, especialmente quando há indicação para o uso de medicamentos.

No Brasil, é possível buscar apoio gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em unidades básicas de saúde, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ou ainda via ONGs e instituições como o CVV (Centro de Valorização da Vida), que oferece atendimento anônimo e gratuito pelo telefone 188 ou via chat.

O papel da sociedade na prevenção

Prevenir o suicídio é uma responsabilidade coletiva. Algumas ações simples podem salvar vidas:

  1. Fale sobre o tema com respeito e empatia.
  2. Não minimize o sofrimento do outro com frases como “isso é drama” ou “tem gente em situação pior”.
  3. Esteja disponível para ouvir e apoiar, mesmo que você não tenha todas as respostas.
  4. Compartilhe informações confiáveis, evite sensacionalismo e respeite a dor do outro.
  5. Apoie políticas públicas que ampliem o acesso à saúde mental.
  6. Eduque crianças e adolescentes sobre emoções, autoestima e resiliência emocional.

Empresas, escolas, comunidades e instituições religiosas também têm papel essencial ao criarem ambientes acolhedores e informativos, que promovam a escuta e incentivem o cuidado com a saúde mental.

Fonte: Canva

Como a Supera Farma se posiciona

Na Supera Farma, acreditamos que promover saúde, além de uso de medicamentos, também envolve cuidar das pessoas por inteiro — corpo e mente. Por isso, no setembro amarelo, intensificamos nossas ações de conscientização, oferecendo conteúdos educativos, apoio emocional e orientação para que todos saibam que não estão sozinhos.

Se você está passando por um momento difícil ou conhece alguém que precisa de ajuda, fale com um profissional. E, se quiser conversar, o CVV está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, pelo telefone 188

Falar salva vidas

O setembro amarelo é um chamado à ação. Portanto, como sociedade, precisamos falar sobre saúde mental com responsabilidade e empatia, e entender que cuidar do outro é também cuidar de nós mesmos.

O suicídio pode ser evitado. Mas isso só é possível quando derrubamos tabus, promovemos acesso à saúde psicológica e acolhemos com compaixão. Que neste mês — e em todos os outros — a vida seja valorizada acima de tudo.

Continue navegando pelo Blog para ver mais dicas para sua saúde e bem-estar!

Referências:

1- Gov.br – acesso em 26/06/2025

2- Setembroamarelo.com – acesso em 26/06/2025

3- CVV – acesso em 26/06/2025